quarta-feira, 8 de julho de 2009

A BICICLETA


Foto ney com minha primeira bicicleta, monark guidão largo, comprada no Cicle São Salvador (Rua Miguel Couto) - Sr. Hildebrando. O Lessa (antigo funcionário), continuou o negócio que passou para a Rua Nóbrega. Faleceu e o cicle continua com seus filhos. Foi meu pai que me deu, um presente que marcou a minha vida, pois até hoje vivo pedalando. Mas faz falta a presença deles. E o grande poeta J.G. de Araujo Jorge diz bem dessas emoções da vida.
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"A BICICLETA"

Me lembro, me lembro, foi depois do jantar, meu avô me chamou,
tinha um riso na cara, um riso de festa: "- Guilherme, vou tapar seus olhos, venha cá." Os tios, os primos, os irmãos, na grande mesa redonda ficaram rindo baixinho, estou ouvindo, estou uvindo: "- Abre os olhos, Guilherme!" Estava na sala de jantar, junto da porta do corredor, como uma santa irradiando, num altar, como uma coroa na cabeça de um rei, a bicicleta novinha, com lanterna, campainha, lustroso selim de couro, tudo.
Me lembrei hoje da minha bicicleta, quando chegou a minha geladeira. Mas faltou qualquer coisa à minha alegria, talvez a mesa redonda, os tios, os primos rindo baixinho,
" – abre os olhos, Guilherme!"
Oh! Faltou qualquer coisa à minha alegria! - J. G. de Araújo Jorge

2 comentários:

heli disse...

Ney.
Ao ler seu relato sobre a sua bicicleta recebida na infância, acabei lembrando da meu primeiro tombo numa bicicleta.O desejo de andar de bicicleta era muito grande eu não tinha ainda uma para aprender a andar.
Meus pais saíram de casa e eu peguei a bicicleta do meu pai e coloquei-a em direção a uma descida, na esperança de poder andar nela sem problemas.Fui parar diretamente numa cerca de arame farpado, num tombo sensacional.

ney disse...

Ah, Heli, foram muitos os meus tombos, o guidão fincando na barriga, a corrente prendendo a barra da calça, os dedos dos pés presos nos raios da roda (que dor!). Teve um, tem uns 10 anos, fui segurar no ônibus numa subida, fui de cara no chão, fiquei todo arrebentado. Mas não desisto, todo dia saio com minha bicicleta, única vez que dei um tempo foi quando operei uma hérnia de disco. Das motos tive sorte, nunca levei um tombo, e ia todo dia trabalhar no Rio, atravessando a ponte e pegando muito trânsito. Desisti das motos, mas da bicicleta fica difícil. Vou pedalar até quando puder. ney/