quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PENSAMENTOS NUM TERRAÇO SOBRE O MAR


Clique sobre as imagens para ampliá-las (foto ney).
Voltando ao que eu disse no post anterior, de morar de frente para o mar e não querer ficar somente a contemplá-lo, foi o que me motivou a velejar. Desde que nasci, na Rua Paissandu, Flamengo, Rio de Janeiro, vivia a freqüentar a praia com meu pai. Um dia fui a Sears Roebuck, na enseada de Botafogo, a primeira loja de departamentos da cidade, escada rolante, vendia de tudo, até automóveis, e eu gostava de ir a lanchonete comer waffer com geléia. Em frente o belo Pão de Açúcar, a Urca, os barcos do Iate Clube Rio de Janeiro, e o letreiro luminoso da água mineral Salutaris, com uma garrafa que não parava de encher um copo.
E foi então que comprei a primeira máscara de mergulho, respirador, e pé de pato, marca italianinha. Mergulhos no raso, nas pedras, mas o suficiente para me encantar com o belo fundo do mar. Depois, em Niterói, tinha o trampolim da Praia de Icaraí, onde podíamos mergulhar de bem alto. E começou a mania de pegar ondas, na época não tinha o surf, descíamos as ondas com o corpo esticado, era o famoso “JACARÉ”.
Da primeira bóia (pneu de caminhão), fui para um bote inflável a remo, depois um caiaque e finalmente o pequeno barco a vela (LASER), como disse na postagem anterior. Achei que deveria ir lá usufruir um pouco daquele vento, daquele mar cercado de belas montanhas, ilhas, daquela beleza, e não deixar que fosse só uma paisagem a minha frente. Tantas coisas deixamos passar na vida, por circunstâncias ou limitações, e eu não queria nem tinha coragem para desafiar a imensidão do oceano, como Cristóvão Colombo, Amyr Klink e outros, queria apenas velejar nas águas tranqüilas da Baía da Guanabara.
Depois meus filhos também fizeram curso de vela, cheguei a comprar um barco para minha filha, meu filho também comprou um LASER, mas não fomos muito longe como velejadores. E é um esporte caro, que exige ser sócio de um clube náutico etc. Por ser mais fácil e econômico comecei a andar de moto, mas agora me contento com a simples bicicleta, companheira desde a infância.E ao clicar, hoje, esse terraço sobre o mar (foto acima), percebi que a bela vista já é o suficiente para esse meu outono da vida, velejando na memória e na imaginação. ney.

NEY VELEJADOR











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Então um dia eu pensei... como vou morar de frente para a linda Baía da Guanabara e não ser um velejador!? Tirei a habilitação de Arrais Amador na Marinha (Capitania dos Portos), comprei um LASER e sai navegando. Uma delícia sentir o vento enfunando a vela e ser levado pelas forças da natureza. O LASER é um barco pequeno, mas tem uma área vélica grande e é muito ágil, em meia hora ia até o Rio. Velejei com ele na Lagoa Rodrigo de Freitas (Rio), em Cabo Frio, na Lagoa de Araruama. Chegava no clube náutico lavava o casco, encerava, e na próxima saída ele deslizava suave pelas águas tranquilas da baía. Nunca fui um grande velejador, era o suficiente para me divertir ao sabor do vento. Já tinha tido um caiaque, depois tive um bote a motor, com esse andei também em Búzios. Velejar é entrar em harmonia com a natureza. SAUDADES DESSES BONS TEMPOS.

VIAGEM NO TEMPO II