quinta-feira, 7 de maio de 2009

O AMOR

O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição. Como são sábios aqueles que se entregam às loucuras do amor!
Joshua Cooke

Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele.
Victor Hugo

E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.
Osvaldo Montenegro

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.
Clarice Lispector

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
Carlos Drummond de Andrade

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto.
Shakespeare

MARIA LUCIA E NEY


Tudo começou em dezembro de 1960. Foram 10 anos de namoro, coisas de antigamente. Um casal de filhos, 2 casais de netos, esses já adolescentes (eles 16, elas 8). Nossa! Uma caminhada e tanto. Ela detesta ser fotografada, isso é desde criança. Então coloquei assim em vermelho, também disfarça nossas marcas do tempo (rs). Mas ela continua linda com seus olhos cor do céu, mas acho que não enxergavam bem, escolheram um namorado feio. Pobres eram os dois, mas não de espírito. E vamos em frente, espero que ainda tenha muito chão. ney/

CONTINUAM OS DIAS AZUIS








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Ilha da Boa Viagem - Niterói-RJ. (HOJE À TARDE)
Ah, quantos dias passei da minha juventude mergulhando aqui... INESQUECÍVEIS! Todos os navegantes que saíam aqui da Baía da Guanabara para a imensidão dos oceanos, pediam a proteção de N. S. da Boa Viagem, a igreja fica no alto da ilha, com acesso por uma imensa escadaria. ney/
http://www.youtube.com/watch?v=uPGb-eWZKGM

OBSCURA CLARIDADE



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Ontem, ao clicar as belas imagens de uma tarde azul de outono (maio), postagem anterior, a câmera na direção da luz do sol acabou por criar essa OBSCURA CLARIDADE. Havia uma intensa luz refletida na espuma branca das ondas, então o automático fechou a entrada tornando possível captá-la de uma outra forma que não perdesse o brilho. Por coincidência, levou-me a refletir sobre um texto que acabara de ler.

Obscura claridade é também um oximoro (oxímoro), uma figura de linguagem que harmoniza dois conceitos opostos numa só expressão, formando assim um terceiro conceito que dependerá da interpretação do leitor.
Dado que o sentido literal de um oximoro (por exemplo, um instante eterno) é absurdo, força-se ao leitor a procurar um sentido metafórico (neste caso: um instante que, pela intensidade do vivido durante o mesmo, faz perder o sentido do tempo). O recurso a esta figura retórica é muito frequente na poesia mística e na poesia amorosa, por considerar-se que a experiência de Deus ou do amor transcende todas as antinomias mundanas (Wikipédia).

Luciana Brandão Carreira Del Nero em seu trabalho entregue a AUPPF (http://74.125.47.132/search?q=cache:hjbPBpfBns8J:www.fundamentalpsychopathology.org/8_cong_anais/TR_455.pdf+Obscura+claridade&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br diz o seguinte, resumindo:

Alguns textos literários situam-se no litoral do saber: nestes, o sentido fica subentendido, oculto no recôndito da narrativa, apenas depreensível... A superfície porosa de um papel em branco ganha letras e um pequeno milagre acontece: o silêncio da branca página é interrompido, perfurado pelo gotejar da tinta que pinta, desenha e deseja um texto. O que antes era mudo, muda, ganhando voz e forma. Algumas dessas vozes são, no entanto, sopradas da beirada do abismo: emitem murmúrios, esquivam-se do sentido, têm a consistência de um suspiro. Suas formas são imprecisas, dão-se a ver apenas ao serem tocadas".

Clarice Lispector também manteve uma relação com a palavra que não a reduzia ao seu significado, fincando “a palavra no vazio descampado: é uma palavra como fino bloco monolítico que projeta sombra”; referia-se a sua escrita como uma “(...) convulsão de linguagem. Transmito-te não uma história, mas apenas palavras que vivem do som (...) Não sei sobre o que estou escrevendo: sou obscura para mim mesma” (LISPECTOR, C., 1998).

Talvez um pouco deste contexto esteja neste poema de NERUDA:

Gosto quando te calas, porque ficas como ausente, e me ouves desde longe, e minha voz não te alcança. Parece que teus olhos tivessem voado e parece que um beijo, te cerrasse a boca... como todas as coisas estão cheias de minha alma...emerges tu das coisas, cheia que minha alma própria alma. Borboleta de sonhos, és como minha alma e pareces com a palavra melancolia. Gosto quando calas porque ficas como ausente, estás como se lamentando, borboleta que sussuras me olhas de longe e minha voz não te alcança. Deixa que me cale com teu silêncio, iluminado como uma aliança, simples como uma aliança. Ès como a noite quieta e estrelada, teu silêncio é como uma estrela, tão distante e singela. Gosto quando calas porque ficas como ausente, distante e dolorida como se tivesse morrido. Uma palavra então, um sorriso basta, e já fico feliz, feliz com aquilo que não é certo. Pablo Neruda