domingo, 15 de fevereiro de 2009

INEXORÁVEL TEMPO...
























.
Ah, deixa eu apresentar... esse é o neyniterói, por incrível que pareça. Qualquer semelhança com o atual não é mera coincidência, você deve estar precisando usar óculos. O GUMEX foi o pai do atual GEL, que não engordurava o cabelo como a brilhantina, segurava o topete de modo que a gente podia até correr e jogar bola, ele não desmanchava. A propaganda dizia: "Dura Lex Sed Lex, no cabelo só Gumex" - Dura a Lei, que se faça a Lei. Conta a história que foi o Ari Barroso (Aquarela do Brasil), narrando um jogo que disse essa frase, pois o produto não tinha um slogan. Mas em 1953 sua propaganda era estampada nos bondes, e gumex era um sucesso. Por isso se vê nos filmes dos ANOS DOURADOS todo mundo penteado. Se eu soubesse teria passado gumex no corpo todo, ou teria sido uma fotografia (rs). Mas está bom assim, estou vivo.
Essas fotos eram tiradas no colégio, depois o fotógrafo levava em casa dizendo que éramos ótimos alunos, e precisávamos ler mais e mais, e já queria vender uma enciclopédia para os pais. O "levar vantagem" começou cedo, não é de agora, só que perdeu a ética. Mas era tanta cara de pau (será que tem hífen?), que colocavam a gente escrevendo num livro (repare na foto).
Bem, mas o Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) - diz nesse texto a seguir que sempre foi o mesmo:
Nem sempre sou igual no que digo e escrevo. Mudo, mas não mudo muito. A cor das flores não é a mesma ao sol, de que quando uma nuvem passa, ou quando entra a noite, e as flores são cor da sombra. Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores. Por isso quando pareço não concordar comigo, reparem bem para mim: Se estava virado para a direita, Voltei-me agora para a esquerda, mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés... o mesmo sempre, graças ao céu e à terra, e aos meus olhos e ouvidos atentos, e à minha clara simplicidade de alma... (Alberto Caeiro).

PÔR-DO-SOL (com acento e hífen)




















Clique sobre a imagem para ampliá-la (foto ney)
Baía da Guanabara vista da estrada Niterói/Manilha.

Um pôr-do-sol teimoso com acento e hífen, numa reforma que aumenta as exceções... ficam a mudar os móveis de lugar e não mudam nada que melhore a educação, não investem; criam cotas que discriminam, porque não querem criar oportunidades para todos. E se a escola educa, a TV aliena e dissemina a violência, nas novelas os bandidos são mocinhos, todos tramam contra todos e morrem no final em cenas com efeitos especiais. Ah, mas ainda existem boas famílias e casas que acolhem ao invés de expulsar um por um, até ficar um "herói" vencedor ($$$). Infelizmente, os verdadeiros lares e famílias não têm audiência na mídia sensacionalista; a essência está bem esquecida, não precisa conteúdo, vale a celebridade.
Então vou deixar o pôr-do-sol do jeito antigo, inclusive com hífen que termina com "n" (rs). Mas vai o sol se pondo no horizonte e criando belas luzes e contornos nas nuvens, reflexos no mar, silhuetas nos barcos; uma gaivota bem distante dá o seu último vôo solitário. Aparecem as primeiras estrelas ainda tímidas. Só falta ser uma noite de lua cheia e tornar tudo ainda mais belo e romântico. O vento chega mais suave numa refrescante brisa do mar, as ondas se acalmam para deixar que o espelho d'água crie belos reflexos. Resiste bravamente a natureza aos nossos estragos. (ney).