domingo, 30 de janeiro de 2011

CINEMAS DE NITERÓI









































































Vale assistir esses ótimos vídeos indicados no final deste texto, que dizem bem dos cinemas de Niterói, de toda essa história do cinema chegando no Brasil, em nossas cidades, encantando a todos com sua imensa fábrica de sonhos a nos alegrar a vida.
Em postagens anteriores já falei dos cinemas de Niterói, incluído em temas como ANOS DOURADOS etc. Comentários recentes acabaram por me entusiasmar e voltar ao assunto.
Sempre fui um cinéfilo, e lá muito criança meu pai já me levava no Pholytheama ou São Luiz (Lgo do Machado), próximos da Rua Paissandu onde nasci - Flamengo/Rio de Janeiro.
Meu pai trabalhou um bom tempo como projecionista de cinema numa cidade de Minas Gerais, assim como o ALFREDO de Cinema Paradiso, por isso adorava cinema, e tinha um álbum com todos os artistas famosos da época, e uma imensa discoteca onde nunca faltavam as grandes orquestras do cinema. Quando nos mudamos para Niterói eu já ia ao cinema sozinho, e vale dizer que aqui já tínhamos exibições de cinema nas ruas (Nóbrega e Largo do Marrão), chamado CINE PROPAGANDA FLUMINENSE - uma tela montada sobre um JEEP alegrando a garotada na rua (simplesmente inesquecível). Acho que tudo que vivemos de cinema em Niterói está em CINEMA PARADISO, esse belo filme que encantou o mundo com a história dos cinemas, dos filmes, dos frequentadores, histórias de amor, e que na versão completa (em algumas locadoras), ficou ainda melhor.
O Cinema Mandaro para mim marca profundamente o início de tudo. Na sessão das 14h. (matinê), passavam 2 filmes seguidos, levávamos até lanche para o cinema. A bomboniere na entrada do cinema e as balas, chocolates, chiclets, com destaque para o drops live savers (Salva Vidas). E as cortinas se abriam, pelo que lembro, ao som de Moonlight Serenade (Glenn Muller). E todo ano, no dia das crianças, a entrada era grátis e o filme O CONDE MONTE CRISTO. E são muitas histórias que vão ser melhor contadas nos já referidos vídeos que seguem.
No Cine São Bento, aos domingos pela manhã, tinha festival Tom & Jerry e Flash Gordon. O São Bento já estava preparado para o cinemascope, e acho que a estréia foi com BEN-HUR. Nessa época, os lanterninhas não conseguiam impedir nossos namoros no "escurinho do cinema". Estávamos bem nos ANOS DOURADOS dos sonhos hollywoodianos, do perfume Lancaster, calça jeans LEE, chiclets Adams, Bazooka, drops Dulcora, vestido saco, tubinho, mini-saia, bailes de formatura, concurso Miss Brasil/Universo, Brasil campeão do mundo, lambretas, rock and roll, Bossa Nova, o mundo explodia em tantas mudanças econômicas, políticas e sociais.
O belo Cinema Icarai sempre lotado, o Cassino e o Grill (antigo cassino), O Imperial, Central, Odeon/Niterói, Eden, Rio Branco, todos no centro, o Alameda no Fonseca. E salas menores em Shoppings de Icarai (Center, Cinema 1, Windsor). Niterói esteve presente nos primórdios do cinema do Brasil e sempre entre as cidades com mais salas de cinema no país.
Por volta de 1992 Niterói passou por grandes transformações de todas as naturezas, o início da construção do MAC e do Caminho Niemeyer, os ENCONTROS CULTURAIS com outros países, eventos em diversos pontos da cidade etc. Eu frequentava o CALÇADÃO CULTURAL da Livraria Ideal, e com a ajuda do Mônaco e do Pimentel (que estão nos vídeos que seguem), e outros sempre ligados a história da cidade, resolvi editar um vídeo amador sobre Niterói. Tinha alguns livros, fotos e documentos, vivência das ruas, assisti como ouvinte algumas reuniões do Instituto Histórico de Niterói, consultei e tive muita ajuda da Biblioteca Pública, da Funiarte, da UFF, do Museu Histórico Nacional. Surgiu um concurso Vídeo Memória do Estado do Rio de Janeiro e me animei em participar. Deveria falar em, no mínimo 50 minutos, sobre histórias e cotidianos da cidade. Foi bem amador, sem intenções comerciais, utilizando apenas uma câmera e um vídeo (VHS), mas recebi um diploma de Menção Honrosa da Secretaria Estadual de Cultura, com a entrega dos prêmios na Fundação Museu da Imagem e do Som. O meu trabalho representou Niterói e foi citado no jornal da Cidade (Verbo & Imagem). Muita boa essa convivência, essa atenção de todos, esse aprendizado.
E vieram os novos tempos dos cinemas em shoppings, das vídeos locadoras, e com isso fomos perdendo belas e inesquecíveis salas de cinema. O Cine Arte da UFF veio ocupar esse espaço com muitos filmes de arte, os ditos alternativos, mais focados nos enredos que nos efeitos especiais. Os vídeos que seguem vão dizer melhor:

TOTÓ, PEBOLIM...




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fotos ney (clique para ampliá-las)
Pois é, o novo e o velho, também aqui nesse jogo e conhecido brinquedo divertindo gerações.
Puxa! Que diferença... um tão novinho, o outro bem velho. Maldade!
Ainda bem que sempre encontramos um jeito de dizer melhor, sentir, superar, e arrumamos palavras mágicas: Nós, da terceira idade, ou melhor idade, ou simplesmente terceirona, nos entendemos VETERANOS, SÊNIORES, deixando para trás os significados originais de idosos, anciões. Os mais jovens chamamos de INICIANTES, JUNIORS. E vamos em frente enquanto a partida não termina, com direito a prorrogação etc. (rs)
Eu gostava tanto do futebol TOTÓ que fiz um em madeira, os jogadores eram de ponta de cabo de vassoura. E fazíamos nossos times de futebol de botão, nossas pipas (cafifas), balões, bolas de meia, vivíamos as ruas e a criatividade das brincadeiras. Bons tempos!