quarta-feira, 26 de agosto de 2009

MÃOS DADAS





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Dar as mãos, geralmente, significa o grande momento de iniciação do amor. Diferente daquele vivido no relacionamento familiar, enquanto crianças, ele acontece quando nos transformamos em adolescentes, e entramos na idade da razão.
Então é mágico, inesquecível, intenso e vibrante, aquele primeiro contato das mãos, que pode acontecer num encostar, em leves toques, que antecedem a nossa confiança em dar as mãos como amantes.
Ah, é uma viagem total, impossível de explicar, mas plena de sentir. Aquele toque macio e gostoso se transforma numa cintilante eternidade.
Na minha geração, dos “anos dourados”, ele acontecia freqüentemente no “escurinho do cinema”. Era antecedido por alguns olhares, que já insinuavam um consentimento mútuo desse primeiro toque das mãos. Mas como ainda era considerado uma intimidade ousada. pela sociedade da época, acontecia de modo furtivo, o que valorizava ainda mais esse momento.
E vinham em seguida os abraços, os beijos, os rostos colados nos tantos bailes que aconteciam... formatura, debutante, carnaval, e sempre tinha um baile na casa de alguém da turma.
Após duas sangrentas guerras, vivíamos uma época de prosperidade no mundo, de sonhos hollywoodianos, nas telas grandes do cinemascope, os beijos ficavam cada vez mais intensos, e nas poltronas nem víamos direito os filmes, os beijos eram adocicados por drops, chiclets de bola, chocolates, e os lanterninhas, “vigilantes da moral e dos bons costumes”, não nos deixavam em paz.
E vinham os anéis de noivado na mão direita, os de casado na mão esquerda, mas as mãos foram resolvendo ficar juntas de livre vontade, e os tempos mudaram. Mas as mãos ficam juntas de muitas formas, amantes, amigas, solidárias, e vão ficando enrugadas, mas sempre nos confortam no THE END de nossas histórias. ney

LAGOA DE PIRATININGA - NITERÓI-RJ


Clique na imagem para ampliá-la (foto ney) - hoje na Lagoa de Piratininga - Niterói-RJ.
Esse é o colhereiro de asas cor-de-rosa, uma espécie de garça de bico comprido, alargado na ponta parecendo uma colher (dai o nome). Com ele revolve o fundo da água e se alimenta de peixes, crustáceos, insetos e moluscos. ney/