domingo, 20 de setembro de 2009

SAPATO NO TEMPO


Clique sobre a imagem para ampliá-la (foto ney)

Vou descansar um pouquinho. Quando comecei essa caminhada eu era sapatinho de tricô, todo mundo me achava uma gracinha. Depois virei uma BOTINHA com meia branca até quase o joelho. Logo virei TAMANCO, depois ALPARGATAS de lona com solado de corda (dava um chulé). Depois tênis de lona, passavam uma tinta branca em mim (alvaiade), para eu desfilar branquinho no Sete de Setembro, ou fazer Primeira Comunhão. Quando comecei a ir para o colégio eu era um VULCABRAS, com chapinha de metal no solado para durar mais. Fui sandália FRANCISCANO e depois passei por várias transformações da modernidade, passavam graxa e verniz e eu ficava brilhando. Pior foi quando me cobriram com um tal calçado flexível de borracha chamado GALOCHA, para proteger o couro da chuva. Era horrível e cafona, eu parecia um robô, custei a me livrar dela. Durante o serviço militar eu fui COTURNO (bota), marchava o dia inteiro, enfrentava lama e chuva, andava até debaixo d’água.
Nos anos dourados eu fui MOCASSIM, geralmente da cor caramelo. Época boa que eu dançava com uns sapatinhos femininos, não era de muitos passos, mas ia bem no “dois pra lá, dois pra cá”, e acho que nunca pisei num pezinho. Para encurtar, fui TERRA por muitos anos, SAMELLO também, isso nos tempos do solado de couro, que quando furava se colocava meia sola, ou sola inteira, no sapateiro; ou então, quando se estava duro (sem dinheiro), tapava o furo por dentro colocando jornal nos dias de chuva. Mas teve períodos de vagas gordas, eu era feito sob encomenda.
É isso, agora estou aqui sozinho, não sei se inchou o pé do velho, ou ele foi caminhar descalço para sentir as energias da terra, ou é essa mania de fotografar tudo. Se eu soubesse me arrumava melhor, já estou meio caído, pisando de lado. FUI! Digo, FIQUEI!

UM DIA SEM CARRO


Clique sobre a imagem para ampliá-la (foto ney)
Um dia sem carro, que há 21 anos acontece em Niterói, atravessou a Baía da Guanabara de lancha e se juntou a turma do Rio, indo do Aterro do Flamengo até Copacabana. Clique no TITULO acima e veja reportagem e fotos de O Globo.