segunda-feira, 2 de novembro de 2009

LUZES, CORES E GAIVOTAS NESTE FINAL DE TARDE (clique aqui para ver o vídeo)



Clique sobre as imagens para ampliá-las (fotos ney) - Hoje, à tarde, na orla de Niterói-RJ.
Ela subiu as escadas e veio ver o por do sol no lindo terraço sobre a Baía da Guanabara. Junto às montanhas do Rio de Janeiro, as nuvens espalhavam as cores dos últimos raios de sol pelo céu, pintando uma bela paisagem.
As gaivotas não pareciam seguir os conselhos de Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach), preferindo os peixes do barco de pesca.
"Fernão Capelo Gaivota era diferente da maioria das gaivotas de seu bando, que só pensava em lutar por comida, junto aos barcos de pesca. Ele amava voar. Passava dias inteiros sozinho no mar, treinando vôos rasantes em alta velocidade, para aflição de seus pais e desaprovação de todos. Em vão tentou fazer-lhes a vontade e agir como os outros. Seu único interesse era aprender mais e mais sobre a arte de voar".

AO AMIGO SOL


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CLICK, CLICK, CLICK...



Clique sobre a imagem para ampliá-la. Preciso esquecer essa máquina em casa... (rs).

PENSAMENTO/REFLEXÃO
Alma e Realidade - Duas Paisagens Sobrepostas.
1 - Em todo o momento de actividade mental acontece em nós um duplo fenómeno de percepção: ao mesmo tempo que tempos consciência de um estado de alma, temos diante de nós, impressionando-nos os sentidos que estão virados para o exterior, uma paisagem qualquer, entendendo por paisagem, para conveniência de frases, tudo o que forma o mundo exterior num determinado momento da nossa percepção.
2 - Todo o estado de alma é uma passagem. Isto é, todo o estado de alma é não só representável por uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem. Há em nós um espaço interior onde a matéria da nossa vida física se agita. Assim uma tristeza é um lago morto dentro de nós, uma alegria um dia de sol no nosso espírito. E - mesmo que se não queira admitir que todo o estado de alma é uma paisagem - pode ao menos admitir-se que todo o estado de alma se pode representar por uma paisagem. Se eu disser "Há sol nos meus pensamentos", ninguém compreenderá que os meus pensamentos são tristes.
3 - Assim, tendo nós, ao mesmo tempo, consciência do exterior e do nosso espírito, e sendo o nosso espírito uma paisagem, tempos ao mesmo tempo consciência de duas paisagens. Ora, essas paisagens fundem-se, interpenetram-se, de modo que o nosso estado de alma, seja ele qual for, sofre um pouco da paisagem que estamos vendo - num dia de sol uma alma triste não pode estar tão triste como num dia de chuva - e, também, a paisagem exterior sofre do nosso estado de alma - é de todos os tempos dizer-se, sobretudo em verso, coisas como que «na ausência da amada o sol não brilha», e outras coisas assim. De maneira que a arte que queira representar bem a realidade terá de a dar através duma representação simultânea da paisagem interior e da paisagem exterior. Resulta que terá de tentar dar uma intersecção de duas paisagens. Têm de ser duas paisagens, mas pode ser - não se querendo admitir que um estado de alma é uma paisagem - que se queira simplesmente interseccionar um estado de alma (puro e simples sentimento) com a paisagem exterior. [...]
Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
http://www.citador.pt/pensar.php?op=10&refid=200809131200
VEJA também ATRAVESSA ESSA PAISAGEM MEU SONHO: http://www.lovers-poems.com/poesia-fernando-pessoa-atravessa-esta-paisagem.html
PAISAGENS, QUERO-AS COMIGO: http://www.revista.agulha.nom.br/fpessoa262.html