terça-feira, 16 de dezembro de 2008

NO MUNDO DA LUA



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" A Lua dos Poetas aos Astronautas "

A lua foi sempre território dos poetas e dos namorados. Há um aparente paradoxo em nosso tempo: enquanto cientistas, físicos e astronautas devassam os espaços com seus projéteis e se apropriam da lua, os poetas se voltam para a terra, lançam raízes e procuram o homem. Ainda ontem, pensando nisto, escrevi este poeminha: TEMPOS
Qualquer dia destes os homens vão encontrar Deus... Mas não serão os filósofos, serão os astronautas... Os astronautas, esses seres fantásticos, caminhando pelo espaço sideral, fora das cápsulas, como escafandros do céu, em levitação, serão os primeiros habitantes do romântico satélite. E entre eles, se houver mesmo algum poeta, leremos algum dia o primeiro poema lunático, que a terra há de inspirar... Mas a verdade é que, enquanto isto ainda não acontece, a lua continua a musa em atividade. Os poetas sempre foram tidos como homens que vivem " no mundo da lua ". E quando alguém tem um ar de abstração e de sonho, é um poeta. A lua já foi símbolo de boa, da melhor poesia brasileira de todos os tempos. Desde a poesia de rua, dos trovadores, dos violeiros, dos seresteiros, até a poesia dos livros, dos grandes literatos. Quem não se lembra, por exemplo, daqueles versos que acordaram tantas namoradas, enquanto o violão lá fora , pela madrugada, era dedilhado ao luar?
"Lua, manda a tua luz prateada despertar a minha amada, quero matar meus desejos, sufocá-la com meus beijos. . . "
VEJA o texto na íntegra em: http://www.jgaraujo.com.br/nomundo/a_lua.htm VALE A PENA!

>>>> P >R >E >S >S >A


Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e sai em disparada, se não há mais tempo para paradas estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que os amores sejam igualmente resolvidos num átimo de segundo. Temos pressa para ouvir "EU TE AMO". Não vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: Somos namorados, ficantes, casados, amantes? Urgência emocional. Uma cilada. Associamos diversas palavras ao AMOR: Paixão, Romance, Sexo, Adrenalina, Palpitação. Esquecemos, no entanto, da palavra que viabiliza esse sentimento: "Paciência". Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome desesperada. É preciso degustar cada pedacinho do Amor, no que ele tem de amargo e de saboroso, no que ele tem de duro e de macio. Os nervos do Amor, as gorduras do Amor, as proteínas do amor, as propriedades todas que ele tem. É uma refeição que pode durar uma vida. Mas, não. Temos urgência. Queremos a resposta do e-mail ainda hoje, queremos que o telefone toque sem parar, queremos que ele se apaixone assim que souber nosso nome, queremos que ela se renda logo após o primeiro beijo, e não toleraremos recusas, e não respeitaremos dúvidas, e não abriremos espaço na agenda para esperar. Temos todo o tempo do mundo, dizem uns; Não há tempo a perder, dizem outros: A gente fica perdido no meio deste fogo cruzado, atingidos por informações várias, vivências diversas, parece que todos sabem mais do que nós, pobres de nós, que só queremos uma coisa nessa vida, "Sermos Amados". Podemos esperar por todo o resto: emprego, dinheiro, sucesso, mas não passaremos mais um dia sequer sozinhos. "Te adoro", dizemos sei lá pra quem... Para quem tiver ouvidos e souber responder."Eu também", que a gente está mais a fim de acreditar do que de selecionar."Urgência Emocional", PRONTO-SOCORRO DO AMOR... Atiramos para todos os lados e somos baleados por qualquer um.E o coração leva um monte de pontos por causa dessa tragédia: "PRESSA". Martha Medeiros

FELIZ NATAL E BOAS FESTAS !




















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O VERBO AMAR - A ESPERA - ALVORADA ETERNA

O verbo amar

Te amei: era de longe que te olhava e de longe me olhavas vagamente...Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente, que a alma da gente faz escrava.

Te amava: como inquieto adolescente, tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava adivinhando esse mistério ardente do mundo, em cada beijo que te dava.

Te amo: e ao te amar assim vou conjugando os tempos todos desse amor, enquanto segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...

Te amar: é mais que em verbo é a minha lei, e é por ti que o repito no meu canto: te amei, te amava, te amo e te amarei!

(Poema de JG de Araujo Jorgedo livro -Bazar de Ritmos- 1935)
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"Alvorada Eterna"

Quando formos os dois já bem velhinhos, já bem cansados, trôpegos, vencidos, um ao outro apoiados, nos caminhos, depois de tantos sonhos percorridos...Quando formos os dois já bem velhinhos a lembrar tempos idos e vividos, sem mais nada colher, nem mesmo espinhos nos gestos desfolhados e pendidos...Quando formos só os dois, já bem velhinhos, lá onde findam todos os caminhos e onde a saudade, o chão, de folhas junca...Olha amor, os meus olhos, bem no fundo, e hás de ver que este amor em que me inundo é uma alvorada que não morre nunca!
J. G. de Araujo Jorge.
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"A Espera"

Ela tarda... E eu me sinto inquieto, quando julgo vê-la surgir, num vulto, adiante,- os lábios frios, trêmula e ofegante, os seus olhos nos meus, linda, fitando...O céu desfaz-se em luar... Um vento brando nas folhagens cicia, acariciante, enquanto com o olhar terno de amante fico à sombra da noite perscrutando...E ela não vem... Aumenta-me a ansiedade:- o segundo que passa e me tortura, é o segundo sem fim da eternidade... Mas eis que ela aparece de repente!...- E eu feliz, chego a crer que igual ventura bem valia esperar-se eternamente!...J. G. de Araujo Jorge