sábado, 20 de março de 2010

CASAS SIMPLES II


Ah, essa casa estava de porta e janelas fechadas na postagem anterior, então lembrei da música do Galvão e Moraes Moreira: “Abre a porta e a janela, e vem ver o sol nascer... Eu sou um pássaro que vivo avoando sem nunca mais parar.”
Que pena! As casas vivem fechadas e gradeadas, com alarmes e câmeras, até seguranças. Ninguém chega na janela, só fica vendo TV, pior que na telinha só tem violência e big bobagens. Crianças sem as ruas, moradores sem vizinhos, nem dá para conversar no portão. E olho vivo na hora de entrar e sair. Um jardim tão bonito e nem dá tempo de apreciar. (ney).

OUTONO


foto ney.
CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca, não posso cuidar de ti. Vim para amar neste mundo, e até do amor me perdi. De que serviu tecer flores pelas areias do chão, se havia gente dormindo sobre o próprio coração? E não pude levantá-la! Choro pelo que não fiz. E pela minha fraqueza é que sou triste e infeliz. Perdoa-me, folha seca! Meus olhos sem força estão velando e rogando áqueles que não se levantarão... Tu és a folha de outono voante pelo jardim. Deixo-te a minha saudade - a melhor parte de mim. Certa de que tudo é vão. Que tudo é menos que o vento, menos que as folhas do chão... Cecília Meireles