segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

CARNAVAL


Ela passou na minha vida vazia de boêmio e sentimental, como passa num ano de tristeza o relâmpago de alegria do carnaval... Seus braços me envolveram como serpentinas frágeis, de papel, e se romperam como as serpentinas que se arrebentam quando o vento sopra e se soltam no céu.... Ela passou na minha vida, assim, tal como passa na monotonia de uma existência banal, a furtiva beleza e a loucura de um dia de carnaval !... Nossa história - o romance desse dia sem ódio, sem despeito, sem rancor, sem ciúme, nem podemos lembrar, teve o destino irreal de toda fantasia e a existência de um jato de lança-perfume atravessando no ar... O nome dela, não sei; ela não sabe o meu, - que importa ? - não faz mal... - Não fôssemos nós dois apenas fantasias, não fosse a nossa história apenas carnaval !... (Poema de JG de Araujo Jorge extraídodo livro " AMO ! " 1a edição 1938 )

POESIA DE CARNAVAL

Carnaval, alegria
Poesia sem rima
Versos no gingado
Com ritmo e samba no pé

Entre no bloco
Com ou sem fantasia
E caia na folia
Purpurina, confete e serpentina

Sem tristezas e paixões
Colombinas tem Pierrots e Arlequins
Nos eternos carnavais

Odaliscas brilham na multidão
Ciganas lêem mãos
Descobrem segredos

Bailarinas, melindrosas, havaianas
Dance, brinque, namore
Viva a inspiração
Não deixe acabar na quarta-feira (ney).