quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

PAISAGENS BUCÓLICAS









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BUCÓLICA
Invejo a vida humilde da criatura dos lugares distantes, sossegados, onde a terra é mais simples e mais pura, e os céus são transparentes e azulados... Onde as árvores crescem, na beleza da galharia exuberante e farta, e o sol transforma a inquieta correnteza num dorso rebrilhante de lagarta... E onde os galhos são mãos cheias de flores e as flores, taças multicores, vivas, servindo mel aos tontos beija-flores e às borboletas trêmulas e esquivas... Desses lugares cheios de caminhos como garotos, rabiscando o chão, e onde os homens são como passarinhos que são felizes sem saber que são... E onde as casas, pequenas, de brinquedo, com os olhos das janelas, como a gente de dentro do aconchego do arvoredo olham tudo ao redor, serenamente... E onde o sol sai mais cedo, e sobre a serra desdobra o seu lençol feito de luz e acorda a seiva que intumesce a terranos campos verdes ou nos campos nus... Gosto desses lugares sossegados onde a vida é mais simples e mais pura, os céus são transparentes e azulados e é mais humana e humilde a criatura...
(Fonte de todas as poesias:Meu Céu Interior", 1ª ed., set. de 1934.)

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