Por minhas mãos
João Felinto Neto
Resumo:
O pensamento racional e comedido, criterioso e definitivo, faz da maioria das pessoas meros espectros de homens. Amnésicos, esquecemos nossos sonhos. Explorados, marginalizados, saqueados, esquecidos, seguimos a multidão. Nossos sentidos figadais, anestesiados pela própria cisão com o mundo, não nos faz perceber os detalhes que o tempo transformou. Em sua poesia, João Felinto nos mostra a lucidez de ser louco, e envergar a patética normalidade hipócrita que nos interna no manicômio do mundo moderno. O sentido sinestésico de ler o ambiente, de sentir seus segredos, de inundar os corações com sentimentos sublimes, mas perceber o limite claro dos paradoxos de uma existência que nos sufoca e nos expande, nos liberta e nos clausura, nos eterniza e nos dizima. Retrata-nos a saga do dia, que o tempo dispôs a seu gosto. As mudanças que agrisalham os cabelos e nos nutre a alma de experiências voláteis. Vai do ácido ao aquoso, do nascer ao morrer, sem entrelinhas. Não reveste de púrpuras o vaso de plantas sequiosas. Não verá no relógio a hora do almoço sem sentir o tilintar dos ponteiros, poetizar o tempo sem respostas. Não abrirá os olhos sem perceber réstias de sol irresoluto, lhe alertar as retinas. Não calará segredos de ouvidos magoados - reclamará a dor. Suas tardes opacas, se não forem suas, transluzir-se-ão aos olhos radiantes do poeta louco. E por suas mãos, reescreve a história de um cotidiano, realmente humano. E nos dá um ponto final, " microscópico, impertinente, a incomodar o macrocosmo indiferente das convenções gerais".
POR MINHAS MÃOS
Muitas vezes quando estou criando um poema, a mente pára por alguns instantes, mas as mãos continuam a escrever ou a digitar. E alguns desses versos são calejados e rudes, enquanto outros são extremamente macios e carinhosos. O resultado é um poema composto por minhas mãos.
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009
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2 comentários:
Oi Ney,
é a avalanche de sentimentos q te aflora o ser e vc quer colocar no papel o q te vem a alma...
grande beijo e maravilhoso fds!
Gostei mesmo dos textos do João Felinto Neto, que vai rabiscando com liberdade, deixando fluir todos sentimentos, dizendo com alma.
Obrigado pela sua presença amiga, pelas suas carinhosas palavras, parabéns pelos blogs, ótimo fds. ney///
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