quinta-feira, 19 de novembro de 2009
ESPUMAS FLUTUANTES (clique aqui para o vídeo)
Clique para ampliá-las (fotos ney).
As nuvens formadas pela evaporação das águas, principalmente do oceano, encontram as montanhas da Serra do Mar e nelas despejam as chuvas que vão regar a MATA ATLÂNTICA, encharcar o solo e formar os rios que deságuam na Baía de Guanabara.
A Serra do Mar é revestida pela Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade do planeta. Nas montanhas, a floresta é ainda exuberante e age como a primeira camada de uma esponja, guardando a água das chuvas e liberando-a gradualmente para o solo e para os rios.
Os rios que nascem a partir das chuvas nas florestas correm montanha abaixo, percorrem planícies, atravessam cidades, abastecem os manguezais e, por fim, despejam suas águas na Baía de Guanabara.
ESPUMAS FLUTUANTES - (Castro Alves). Prólogo
Trecho: Das bandas do ocidente o sol se atufava nos mares como um brigue em chamas..." e daquele vasto incêndio do crepúsculo alastrava-se a cabeça loura das ondas.
Além... os cerros de granito dessa formosa terra de Guanabara, vacilantes, a lutarem com a onda invasora de azul, que descia das alturas... recortavam-se indecisos na penumbra do horizonte.
Longe, inda mais longe... os cimos fantásticos da serra dos Órgãos embebiam-se na distância sumiam-se, abismavam-se numa espécie de naufrágio celeste.
Os 53 poemas reunidos em Espumas flutuantes (1870) sintetizam todas as características inovadoras de Castro Alves. O título incomum transmite uma poderosa idéia de transitoriedade: o desalentado poeta sente sua vida esvair-se, como as espumas no mar agitado, frente à iminência da morte (de fato, ele viria a falecer menos de 1 ano após a publicação, em 1871).
Início: um canto à leitura
Antevendo a necessidade do incentivo à leitura no Brasil (e de Castro Alves afirmou Fausto Cunha era dotado de "um sentido divinatório que lhe insuflava soluções difíceis de esperar no seu tempo"), o poeta traz uma bênção a todos que dedicam-se a este labor: O LIVRO E A AMÉRICA, é o primeiro poema, de seu primeiro livro...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro cainda n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.
(...)
Bravo! a quem salva o futuro!
Fecundando a multidão!...
Num poema amortalhada
Nunca morre uma nação.
[editar] Conclusão
O livro reúne 53 poemas. Apesar da juventude, de ser o primeiro livro, revela um poeta amadurecido, consciente de sua capacidade e capaz de, ante seu "Aves de Arribação", colher o seguinte comentário de Eça de Queirós, quando lia-lhe o poema Eduardo Prado - interrompendo-o na altura dos versos "As vezes quando o sol nas matas virgens / A fogueira das tardes acendia...":
"Aí está, em dois versos, toda a poesia dos trópicos".
impondo-se à admiração dos homens e arrebatando paixões às mulheres. Ocorrem então os primeiros romances, que nos fez sentir em seus versos, os mais belos poemas líricos do Brasil. Em 1863 a atriz portuguesa Eugênia Câmara se apresentou no Teatro Santa Isabel. Influência decisiva em sua vida exerceria a atriz, vinda ao Brasil com Furtado Coelho.
Em janeiro de 1868, embarcou com Eugênia Câmara para o Rio, sendo recebido por José de Alencar e visitado por Machado de Assis. A imprensa publica troca de cartas entre ambos, com grandes elogios ao poeta. Em março, viajou com Eugênia para São Paulo. Decidira ali - na Faculdade de Direito de São Paulo - continuar seus estudos, e se matriculou no 3º ano.
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2 comentários:
Oi Ney!
Que bom começar o dia com a beleza da natureza...
Um abraço, Vera
Obrigado, Vera, por essa presença amiga, por suas palavras, fico feliz que tenha gostado. E esses poetas sabem mesmo nos dizer, e lá bem antes das realidades de hoje, já valorizavam essa harmonia da natureza, a importância de uma sociedade mais consciente e livre. Aprendemos muito com eles. Bom final de semana. Abraço/ney.
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